Blue on Blue

Em Outubro as artistas Berry Bickle e Marjorie Wallace apresentam a exposição "Blue on Blue".
Yves Klein tornou o AZUL famoso como IKB. Em Maio de 1960 Klein registou a sua patente da fórmula da tinta, sob o nome de Azul Internacional Klein (IKB-Internacional Klein Blue). As Pinturas Monocromáticas numeradas prosseguiram desde 1959 até ao fim da sua vida. A sua inovação foi dar à cor azul o mesmo brilho e intensidade de cor do pigmento seco, saturando o processo de forma que a experiência visual não tivesse princípio nem fim, dado que ele queria criar, de acordo com as suas palavras, “uma paisagem de liberdade”. Em 1957, o ano em que nasceu Marjorie Wallace, Yves Klein colocava o azul em zonas não preenchidas do imaterial, azul como o IKB, uma e outra e outra vez. Graduada pela Michaelis School of Art em Cape Town, Marjorie Wallace é uma talentosa artista cerâmica. Produz objectos de porcelana fina inspirados pelos cestos tradicionais que lhe são familiares desde a juventude, os quais ela raspa, comprime e entalha com desenhos e decorações lineares. Num país onde os abastecimentos e recursos são um problema constante, Marjorie Wallace abre a sua olaria a outros ceramistas e treina jovens artesãos.

Blues como na forma musical de baladas contadas em verso, Berry Bickle imprimiu uma Nota Azul e, como com o género musical que possui características de poema lírico e instrumentos, a Nota Azul de Bickle é formada por narrativas visuais compostas fotograficamente. Camadas finas de tecido e luz difusa são o sedimento da memória envolvendo os objectos e relacionando-os com o corpo, colocando-os perto da pele, como um perigo no interior da vulnerabilidade corporal, como o feminino e o masculino enredados no mesmo destino. Explorando questões como raça, violência psicológica, poder, território, história, memória e exílio, Bickle coloca perguntas sobre submissão versus controlo, tradição versus modernidade e local versus global. Ao jogar com a subjectividade, Berry Bickle vira ao contrário ideias estabelecidas e apela à nossa imaginação e aos nossos sentidos. Ela pega em rituais para enfatizar o significado dos princípios que identificam e unem os membros de uma comunidade. Dirige-se às suas almas e espíritos, transformando códigos sociais em alegorias de uma alienação partilhada, como se este processo fosse uma forma de criar uma couraça que pudesse transportar a memória e transcender a história.

A exposição inaugura a 02 de Outubro e estará patente até 01 de Novembro 2014.