Dialogando com barro - Reinata Sadimba
A actividade expositiva da Associação Kulungwana para 2018 inicia-se de forma auspiciosa com uma exposição da ceramista Reinata Sadimba, a inaugurar no dia 22 de Fevereiro, pelas 18.00 horas, prolongando-se a mesma até 9 de Março de 2018, na Galeria Kulungwana, na Estação Central dos CFM, sita na Praça dos Trabalhadores.
O surgimento de Reinata Sadimba na capital do país, em 1992, despertou logo a atenção dos frequentadores das poucas galerias de arte da cidade, enriquecendo um periodo extremamente fecundo nas artes plásticas moçambicanas, já que na década de 1990 ganharam visibilidade outros nomes que vieram a enriquecer o movimento artístico local.
Na sua obra, pontuada pela irreverência e ironia, a artista revela o universo íntimo das mulheres, expondo a público o amor, o ciúme e o sexo, muitas vezes expressos por um simbolismo particular, que tem por base os valores da sua cultura de origem. Possuidora duma linguagem pouco comum na arte moçambicana, de exuberante criatividade, estabeleceu desde logo um percurso muito pessoal, que até hoje não tem seguidores.
O curador da exposição, Ulisses Oviedo, sintetiza o que tem sido a actividade da ceramista: “O barro e as mãos da artista completam-se sob o nobre e generoso sentido estético bem peculiar que domina e expressa a inédita maneira de ver e dizer o mundo através do seu imaginário”.
A artista, desde que realizou a sua primeira individual, tem tido uma intensa actividade expositiva, tanto em individuais como em colectivas, tanto a nível nacional e internacional. A última presença internacional da artista ocorreu em Dezembro de 2017, na colectiva “Arte Moçambicana em Cuba”, realizada na cidade de Havana, onde estiveram presentes um importante número de artistas moçambicanos.
O público tem assim a possibilidade de mais uma vez poder acompanhar a produção de Reinata Sadimba que, juntamente com Matias Ntundo, são os nomes mais representativos duma cultura poderosa, do norte de Moçambique, e que mantêm uma presença regular na nossa capital.