Fórum de cinema exibe potencial de produção

Inicia hoje, em Maputo, a VIII edição do Fórum de Cinema de Moçambique (KUGOMA).

O evento que vai decorrer até sábado conta com um novo formato, diferente do que foi sendo feito ao longo dos 10 anos de actividades. A presente edição terá apenas três dias e adiciona à programação uma masterclass, que complementa  um conjunto de curtas africanas.

É neste quadro que estão enquadrados a exibição do cine-concerto “Pesadelo”, do falecido cineasta moçambicano José Cardoso, com Melita Matsinhe (piano) e Catarina Domingues (acordeão).

Haverá ainda a premiação  da primeira edição do concurso de “curtíssimas” – filmes de 30 segundos, cujo vencedor, de 10 candidatos, será  escolhido pelo público, na cerimónia de abertura.

A cerimónia de abertura contará com a presença da realizadora cabo-verdiana Samira Vera-Cruz, que irá apresentar “Buska Santu”, produção de 26 minutos, lançada em 2016.

Amanhã a programação será preenchida, a partir das 14,00 horas, pelo concurso  de Curtas PALOP 25 anos, assistido pelos cineastas moçambicanos João Ribeiro, Yara Costa para além  da cabo-verdiana e de um representante da União Europeia.

Mais tarde, por volta das 18,30 horas, serão reproduzidos os filmes “Hora di Bai” (2017) de Vera-Cruz, “Tara Bandu” (2017), do timorense Victor de Sousa e, respectivamente, “Mina Kiá” (2017) da são-tomense Kátia Aragão.

A sessão das 20,00 horas, irá reproduzir “Pá nha Terra” (2017), do guineense Rui Costa, “Percursos” (2017), do angolano Mauro Pereira e, para terminar com prata da casa, “Entre eu e Deus” (2017), de Yara Costa.

A produção explica que a redução de actividades que normalmente duravam mais de uma semana para três dias se deve a problemas de financiamento.

“A falta de financiamento é o grande problema já que as empresas não investem na arte em si”, esclareceu Diana Manhiça, produtora do fórum, em entrevista ao DOMINGO.

É neste contexto, explica,  que as entradas passarão a ser cobradas num sistema de pagamento com tarifas diferentes somente para a sessão de abertura e outra assistir uma, ou então, todo o evento.

“Esse valor vai ajudar no pagamento da equipa da organização do festival, queremos torná-lo um pouco rentável. Este ano não tivemos aquele patrocínio habitual”, explicou Diana Manhiça.

Antes da realização do festival, as salas do CCFM foram palco de seminários, sob o lema “Os Moçambicanos perante o cinema e o audiovisual”, que reflectiram o contexto das pesquisas sobre história do cinema no país, a nova Lei do Cinema e Audiovisual e respectivo regulamento.

A produtora acrescentou que pretende fazer com que as pesquisas sejam feitas também  por moçambicanos, mudando o actual cenário.

“Queremos trabalhar uma base de dados  com acesso online, onde tanto o curioso e o especialista possam satisfazer necessidades, assim como colaborar com o processo de digitalização dos vários acervos do país”, concluiu.

[NOTICIAS, Maputo, 28 de Setembro de 2017, p. 27]