PHANDAR - Maluzhane Bila
Inaugura-se a 15 de Julho, pelas 14.30 h, em evento restrito obedecendo as limitações sanitárias prevalecentes na Galeria Kulungwana, sita na Estação Central dos CFM, a exposição individual de artes plásticas “Phandar”, de Maluzhane Bila. Esta exposição estará aberta ao público de 16 de Julho até ao dia 6 de Agosto.
Na continuação da sua actividade expositiva, a Kulungwana inaugura uma nova exposição do jovem artista plástico Maluzhane Bila.
A primeira individual do artista, realizada em Maputo, com o título de “PHANDAR” [Desenrascar a Vida] é extremamente sugestivo, já que nos remete para o conceito que preside à mesma, reflectindo sobre o modo de vida de uma determinada classe social. Segundo Pompílio Gemuce, curador da exposição, esta apresenta-se também como “a alma estética de Maluzhane, ditando regras e posturas de toda a acção onde assistimos à mistura de habilidades técnicas, paisagens políticas, antropológicas, sociológicas, económicas, mas acima de tudo, revelações intelectuais”, concluindo que “desenrascar é um modo de encarar o trabalho artístico, […] sendo um mote ou o conceito, onde a arte de sobrevivência, vira uma ciência de produção artística que se desenrola em negociar, reutilizar, trocar, analisar, assumir, integrar, existir e resistir”.
Esta mostra é ainda resultado duma intensa actividade de pesquisa, que se desdobrou por várias conversas informais, entrevistas individuais e recolha de histórias de vida nos bairros periféricos da cidade de Maputo.
Usando preferencialmente o metal e o plástico, representando o primeiro o “sentido de resistência, a necessidade de não rendição num desafio de sobrevivência”, e o segundo o “lado boémio, vaidoso, frágil, descartável, fútil e o lado teatral extremamente presente numa vida de poucos recursos”.
O artista nasceu em Maputo, em Dezembro de 1988, tendo, desde bastante cedo, usado “desperdícios” dos trabalhos de carpintaria e serralharia para produzir os seus objectos. Frequentou a Escola Nacional de Artes Visuais e, posteriormente, o curso superior de Gestão e Estudos Culturais pelo Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC). Actualmente, reside e trabalha na cidade de Madrid, Espanha, onde a busca por diálogos interculturais é parte do seu processo de trabalho fora de África.
O artista esteve presente em alguns importantes eventos artisticos no país, como são a Bienal TDM e o concurso “Descobertas” e, mais recentemente, participou na exposição virtual Latitudes Art Fair, através da Galeria Arte d’Gema na Africa do Sul, bem como na exposição Viagem sem Fronteiras, patente no expaço Go, go, go Maputo – Art Fair, na cidade de Maputo.
Ainda no âmbito da exposição, será realizada uma aula aberta - Resistir para continuar a existir: A escultura e seus agenciamentos a partir da exposição PHANDAR, a realizar-se no ISArC, a 16 de Julho, pelas 10,00 horas, sendo transmitida em directo nas redes Kulungwana.