2016

New articleE “METAIS E CONCEITO”

A Associação Kulungwana vai acolher na sua sala de exposição, sita na Estação Ferroviária de Maputo, a exposição individual do artista Manuel F. Bata – Metais e Conceito – a decorrer entre 3 e 24 de Novembro de 2016.

A exposição individual do artista plástico Manuel Fernandes Bata, “Metais e Conceito”, na Kulungwana, realiza-se exactamente vinte anos depois da sua última individual em Maputo, permitindo a (re)descoberta dum artista com mais de 30 anos de carreira e a cumprir, no próximo ano, 50 anos de idade.

Manuel F. Bata iniciou a sua actividade na década de 80 do século passado, ao lado de um importante leque de outros escultores. Neste período, em que, pela primeira vez, após a independência nacional, os artistas locais puderem tornar visível a sua produção, recorrendo às salas dos centros culturais e da única galeria comercial existente na cidade, Bata viria rapidamente a ser reconhecido como um dos nomes mais promissores da nova geração de escultores moçambicanos. A confirmá-lo estão importantes prémios que o mesmo viria a receber desde o início da década de 90, como o 1º. Prémio da IIIª. Exposição do Banco do Fomento e Exterior (1991); 1º. Prémio, Exposição Colectiva Anual, Museu Nacional de Arte (1991); 2º. Prémio (Escultura), Bienal TDM'93, Maputo (1993); 1º. Prémio, Petromoc, Concurso Nacional de Artes Plásticas (1995); 1º. Prémio da Bienal TDM (1995); Prémio FUNDAC-Alberto Chissano (Prémio Consagração/Escultura) (2001); 2º Prémio (Escultura, Cerâmica, Instalação e Objeto) II Concurso de Belas Artes do Banco de Moçambique (2013).

O artista, que se tornou conhecido pela sua actividade como escultor, usando preferencialmente a madeira como seu material de trabalho, inspirado nas velhas práticas ancestrais, viria, a partir do início desta última década, a usar igualmente o metal, juntamente com a madeira, ou apenas o ferro, nas suas esculturas, como ocorreu em 2013, numa exposição em que participou igualmente o escultor Gonçalo Mabunda.

Sobre as obras apresentadas neste individual, Ulisses Oviedo, curador da mesma, afirma que se assiste “à síntese e conjugações de pequenos objectos, fragmentos de metais que atingem o máximo das suas formas; assistimos ao aparecimento de esculturas que se vêem por dentro e por for a, intrínseca e extrínsecamente; assistimos a um momento importante na obra deste artista na sua vertente metálica, materia-prima pouco utilizada, da qual se tem servido para a feitura do seu discurso plástico”.

Exposição colectiva “Azul e Branco”

A colagrafia é uma técnica relativamente recente, atribuindo-se a criação do termo ao artista americano Glen Alps (1914-1996). Já nos finais dos anos 50, numerosos artistas experimentavam associar colagens e outras formas de adesivo a outras técnicas.

Esta é considerada uma técnica aditiva, na medida em que os artistas adicionam material a uma chapa ou placa que se pretende empregar como base da matriz, como o papelão, o contraplacado ou a madeira prensada, ao qual são colados pedaços de tecidos, folhas, papel ou quaisquer outros produtos para obter as texturas desejadas. Tinta ou pigmento é usada na colagem resultante e a placa é utilizada para imprimir em papel ou outro material usado numa prensa de impressão ou com ferramentas manuais. Existem vários métodos para aplicação da tinta, e a imprensa pode ser ou não usada.

A flexibilidade da técnica, o baixo preço e disponibilidade dos materiais, e a facilidade com que uma placa pode ser construída, tornaram-na uma opção viável por muitos gravadores.

Em Moçambique, a grande divulgadora desta técnica é, sem dúvida, a artista Carmen Muianga. Ela tem estado à frente de algumas das iniciativas realizadas e participado noutras que se realizaram no país. Assim, orientou um primeiro workshop no Núcleo de Arte (na realidade na casa de Victor Sousa), a que se seguiu a sua participação numa colectiva – Memórias II -, em 2012, que teve a participação dos professores da Escola Nacional de Artes Visuais, na Fortaleza de Maputo, a que se seguiu uma individual – Rapsódia Urbana –, na Galeria Kulungwana, em 2015.

A presente exposição é o resultado de um workshop organizado pela Kulungwana em parceria com a Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV), que decorreu durante duas semanas, entre 27 de Junho e 8 de Julho de 2016, naquela escola. Nele participaram artistas que colaboram regularmente com a Kulungwana, professores e alunos da ENAV e mulheres artistas do Núcleo de Arte – Alberto Ivan, Biafro Nhagumbe, Calisto Fernando Nequane, Chocate (Chocate Aly Amido), Eneas Mapfala, João Timane, Lica Sebastião e Sílvia Bragança..

CRETINA | Inês Moura

CRETINA é o nome atribuído por Inês Moura a uma ocupação de prática conceptual de fotografia, publicada via Instagram e http://c-r-e--t--i-n-a.tumblr.com/. Inês Moura é arquitecta e designer de mobiliário e esta será a sua primeira apresentação individual como artista. Cretina (auto)retrata situações do seu quotidiano de forma metafórica e frequentemente irónica, mediante uma vertente crítica. Crítica maioritariamente social. Expressa por imagens o que assume não conseguir verbalizar. É através da sua expressão corporal que dá sentido à interpretação que pretende.

Paralelamente à exposição, irão realizar-se um workshop para 15 participantes e dois debates com temas distintos:

WORKSHOP - 26 de Agosto e 1 de Setembro - 14.30-17h – Galeria Kulungwana

“O auto-retrato como veículo de crítica social”

No âmbito da exposição “CRETINA - por Inês Moura” que estará patente no espaço da Kulungwana de 25 de Agosto a 24 de Setembro de 2106, irá realizar-se um workshop intitulado “O auto-retrato como veículo de crítica social”, composto por 2 sessões. O workshop será direcionado a estudantes, artistas e outros interessados em explorar o tema proposto, no âmbito da fotografia como meio de expressão. Na primeira sessão do workshop, a artista irá partilhar o seu percurso, as características do seu trabalho e propor a colaboração dos participantes. Na seguinte sessão de trabalhos, pretende-se que os participantes apresentem e discutam as respectivas propostas com a artista.

DEBATES – 30 e 31 de Agosto - 18.00h – Cine-teatro Scala

DEBATE 1 - “As redes sociais na contemporaneidade”

A primeira sessão de debates, intitulada “As redes sociais na contemporaneidade” irá realizar-se no dia 30 de Agosto. Serão participantes nesta sessão Inês Moura, Alexandre Coelho, Vasco Manhiça e Rui Trindade, com moderação de Mariana Camarate, curadora da exposição. Pretendem-se explorar temas relacionados com as plataformas online e redes sociais como veículo de dinamização do trabalho de arte e artistas, como meios possíveis de crítica, sua longevidade e facilidade de acesso. Que mudanças trouxeram aos dias que vivemos? Qual o seu papel na contemporaneidade?

A sessão será aberta a todo o público interessado.

DEBATE 2 – “O auto-retrato e a representação do eu”

A segunda sessão de debates, intitulada “O auto-retrato e a representação do eu” irá realizar-se no dia 31 de Agosto. Serão participantes desta sessão Inês Moura, Jorge Dias, João Graça e Panaibra Gabriel, com moderação de Mariana Camarate, curadora da exposição. Neste debate serão discutidos temas relacionados com o auto-retrato no trabalho de artistas, mais focado no meio da fotografia e nas possíveis associações relacionadas. A encenação, representação do eu, o personagem inerente, a performance.

A sessão será aberta a todo o público interessado.

Biografia de Inês Moura

Inês Constante Moura, 1982, Portugal
Em Lisboa é arquitecta freelancer, trabalha o espaço, a luz e pensa as vidas e os movimentos das pessoas.
Gosta de música, gosta de olhar quem vai a passar, gosta de preto e cores sólidas, filmes, pormenores trabalhados, sentir conforto e de olhar para tudo o que existe através da estética.
Não separa a vida do trabalho, são o mesmo tempo.
Arquitectura e desenho de mobiliário, é o que mais gosta de fazer.

Para consultar experiência profissional - http://cargocollective.com/ines-moura/Bio

"Vida Suburbana" 2a exposição individual de Pinto Zulo

7 de Julho a 18 de Agosto de 2016

Pinto Zulo (Pinto José Zulo) é um jovem artista de 30 anos, natural de Maputo, originário emblemático bairro da Mafalala, alfobre de muitos outros artistas e atletas moçambicanos. Ingressou na Escola Nacional de Artes Visuais, onde se formou em Artes Gráficas, onde desde cedo revelou o seu talento e entusiasmo por diversas manifestações artísticas.

Este entusiasmo e a sua vontade de aprender levaram-no a trabalhar com artistas consagrados, como é o caso de Malangatana, Naguib, Noel Langa, Raimundo Macaringue, e artistas internacionais como foi a experiência com um dos maiores cartoonistas africanos radicado em Paris (França), Pat Mansioni, participando ainda em importantes projectos e realizações de intercâmbio cultural, destacando-se o UMOJA-CFC, que abrange jovens talentos da África do Sul, Zimbabwe, Tanzania, Quénia, Etiópia, Uganda, Noruega e Moçambique.

O seu percurso artistico iniciar-se-ia na primeira década de 2000, quando começa a participar em algumas exposições colectivas, vindo a realizar a sua primeira individual (O Baú de Pinto Zulo), no ano passado. Neste percurso necessáriamente breve, o artista viria a ver confirmado com o seu talento com a distinção em vários concursos locais, com o 1º Prémio na criação do cartaz – “Primeiro de Junho” financiado pela Cooperação Italiana, em 2001; 2º Prémio na criação do logotipo das Águas de Maputo – “Saneamento é dignidade e é saúde” e Menção Honrosa de Conto e Banda Desenhada “Infância” no Instituto Camões (Centro Cultural Português), em 2005; 1º Prémio Nacional de Conto e Banda Desenhada – Positivo e Negativo (Centro Cultural Português, 2007).

Pinto Zulo tem-se dedicado fundamentalmente à aguarela pois, segundo ele, “é uma técnica que requer muita atenção e, por ser difícil, é muito pouco usada em Moçambique. Mesmo em trabalhos em acrílico e óleo é possível detectar um traço de aguarela. A mão foge-me sempre para aí”. Para Victor Sala, professor e conhecedor da obra do artista, esta é caracterizada desde sempre pela forte exploração da cor e textura, sugerindo uma constante tentativa de preservar as suas raízes. Na verdade, os grandes motivos que o inspiram são as cenas do quotidiano do bairro que o viu nascer: mulheres, casas e brincadeiras infantis são os temas preferencialmente retratados. “Tive a sorte de nascer e crescer no bairro mais rico em termos cromáticos da capital”, refere Zulo Pinto.

imagem gurue

A Associação Kulungwana acolhe a exposição de fotografia “Gurué 15° 28‘ S 36° 59’ E“, do fotógrafo Filipe Branquinho, na sua galeria, sita na Estação dos Caminhos de Ferro, que será inaugurada no próximo dia 19 de Maio as 18h00, ali permanecendo até 1 de Julho.Filipe Branquinho (n. Maputo, em 1977) é um dos mais notáveis fotógrafos moçambicanos da nova geração, com uma presença regular nas salas de exposição nacionais e em eventos internacionais. Com formação em arquitectura, pela Universidade Eduardo Mondlane, de Maputo, e pela Universidade Estadual de Londrina, no Brasil, o artista chega ao mundo da fotografia influenciado pelos fotojornalistas Ricardo Rangel, Kok Nam e José Cabral.A exposição “Gurué 15° 28‘ S 36° 59’ E“ representa, de certa maneira, uma ruptura com os seus projectos anteriores, fundamentalmente centrados na arquitectura de Maputo, nos espaços urbanos e nas suas gentes, para abordar uma das zonas agro-industriais do centro do país – o Gurué – que tinha o chá como seu polo de desenvolvimento, produto cuja reputação nos mercados internacionais se fez ainda no antigo período colonial. Para a Berry Bickle, curadora da exposição, as “imagens do Gurué obtidas por Filipe Branquinho sugerem, como em sonhos, onde fortunas e fábulas são mantidas suspensas em névoas, atapetadas de verde e presas à sombra das montanhas, que visitamos como lembrança do poder da natureza para se definir. Os espaços intocados, serenos dentro de nós que são confortados pela continuidade e intemporalidade. Não responde aos dilemas da urbanidade contemporânea, mas permite-nos sentir o ar na respiração e no corpo, para vermos a beleza tal como Filipe a viu”. O fotógrafo moçambicano mantém-se assim fiel a uma abordagem sempre focada na história das pessoas e dos lugares onde elas vivem, na esteira da tradição do fotojornalismo moçambicano.Ao longo da sua carreira, Filipe Branquinho apresentou as séries fotográficas: OCUPAÇÕES (2011-2014); PAISAGENS INTERIORES (2011-2015); SHOWTIME (2012-2013); CHAPA 100 (2013), VILA ALGARVE (2013 – projecto em curso); UNGULANI (2014); GURUÉ (2014 – 2016).Filipe Branquinho esteve presente em importantes exposições internacionais, como a PRESENT TENSE, em Lisboa, em 2013, que juntou 14 fotógrafos africanos; na exposição TEMPO REAL TIME na Feira de Arte de Joannesburgo em 2013, na XIX Edição da PARIS PHOTO, no Grand Palais, em Paris e nos Encontros de Fotografia de Bamako, no Mali, em 2015.Entre as distinções já conquistadas estão o Prémio Internacional Estação Imagem|Mora 2012 (categoria de retrato), o Prémio Internacional para Fotografia Contemporânea Africana POPCAP 15 (2015), tendo sido igualmente finalista do BESPHOTO 2012.

Cartaz Colecção Crescente 2016

The sixth edition of the “Colecção Crescente 2016” collective exhibition will open at 18.00 hrs on 24 March at the Kulungwana Gallery, situated at the Central Station in Maputo . The exhibition has works by some one hundred Mozambican artists, providing a large cross section of Mozambican artistic creation. The exhibition will run until 7 May.

Since 2011, when the first “Colecção Crescente” collective exhibition was held, the exhibition has grown in importance in the country's cultural life. The ever increasing number of Mozambican artists present reflects the interest that it has generated. It has become the largest window of Mozambican artistic creation.

About one hundred artists are taking part in this edition, from self-taught artists, young art students from various educational establishments to revered Mozambican artists, some of whom have participated in every one of the editions held to date, employing various techniques, thus confirming the interest and the importance of the exhibition.

This interest on the part of artists results from the great openness regarding their participation, to the extent that there is no prior selection of artists or art works. Each one receives three 18x18 MDF panels and the artists are completely free to work with these. As the panels are very small in size, the artists are able to try out various possibilities, both in terms of of the images and of artistic expression.

Colecção Crescente has now reached international dimensions, having exhibited in Finland in 2011, then in the Netherlands in the following year. At home, Colecção Crescente was taken to Beira for the first time, being put on show in the Casa do Artista Art House) em 2015, as part of the partnership existing between the two organisations.

The exhibition Is accompanied by a graphically excellent catalogue, as was done in previous years (2011 -2014 and 2015).

The collective exhibition, held at the initiative of Kulungwana, has support from MOZA BANCO and from the Embassy of Norway, which supports its continued existence.

Ernst Schade O Que Viu Cartaz Jan 2016

Kulungwana Association inaugurates a photographic exhibition of works by Ernst Schade entitled “O que viu, o que vê” at its gallery at the Maputo railway station on 18 February. There will also be a debate organised by Kulungwana jointly with the Mozambican Photography Association scheduled to take place on 20 February at the Kulungwana Gallery from 10.30h to 12.30h. The exhibition will close on 18 March.

Ernst Schade was born in 1949 in the Netherlands where he studied tropical agronomy. Later he worked for 16 years as an activist in rural development programmes with government institutions and non-governmental organisations n a number of African countries, including Zambia, Zimbabwe and Mozambique. He was the Resident Representative in Mozambique of Save The Children Norway from 1989 to 1995.

A self-taught photographer, he began taking and publishing photographs in 1984 when he was still in Africa, and photography is now his main occupation. He has worked with such photographers as Sebastião Salgado, Peter Turnley and Kadir van Lohuizen. He also worked in Mozambique with Ricardo Rangel, Kok Nam and Sérgio Santimano.

His work is included of the collections of The National Archive of the United States of America, the Mozambique National Archive and the International Institute of Social History (IISG) in Amsterdam, in the Netherlands. On the initiative of Kier Schuninga, the IISG has a display of 30 photographs by the author, entitled “At work in Mozambique (1985-1997)”.

Among the exhibitions that the author has held, the following are nootable: ‘Children of Mozambique’, travelling exhibition in Norway, Sweden and Denmark (1997-98). Other exhibitions in Lisbon (2000), Carcavelos (2002), Portugal. Barcelona (2009), Madrid (2010) and Cáceres (2010), Spain, Bissau, Guiné-Bissau, (2011). ‘On the Frontline’ by the Nelson Mandela Memorial Foundation), Johannesburg, South Africa (7 May 2015 – September 2016).

The exhibition entitled “O que viu, O que vè" to be opened on 18 February at the Kulungwana Gallery comprises 45 photographs and a slideshow of 150 images, both in black and white and colour, organised in three separate blocks: Mozambique, where the scars of 16 years of war are still visible; Guiné-Bissau, which the photographer has visited regularly since 2005, and where he has participated in two joint exhibitions on that country – Women of Guiné-Bissau and Colours of da Guiné-Bissau, and Portugal, where he has lived since 1995.

The photographer will be present at a discussion to be organised by Kulungwana and the Mozambican Photography Association at the Kulungwana Gallery on 20 February, where Ernst Schade will talk about his experience as a photographer, including technical aspects and his relationship with other internationally known photographers and the influence of iconic images on the world of photography.